quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Escola Inclusiva



Como a escola pode tornar-se inclusiva?
por Katia Machado


Maria Teresa Mantoan, doutora em Psicologia Educacional e professora do Departamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da Unicamp, em São Paulo, afirma, em seu artigo "Todas as crianças são bem-vindas à escola", que a escola atual precisa mudar. E, mais precisamente, que é necessário transformar o ensino nela ministrado. Para que esta mudança ocorra, é preciso, entretanto, que se encare a aprendizagem como eixo das escolas, pois elas foram feitas para que todos os alunos aprendam. "A escola brasileira, principalmente, ainda não exerce o papel de bem público, pois gera segregação e competitividade", explica Cláudia.
A doutora ainda afirma que é preciso dar tempo ao aluno para aprender e que a repetência deve ser abolida. A escola se torna favorável na medida em que abre espaços para a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico, pois são, segundo Mantoan, habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania. Além disto, é muito importante estimular, valorizar o professor e dar a ele formação continuada, já que é responsável pelo aprendizado dos alunos.
É necessário, também, que as escolas sejam estimuladas a elaborar, com autonomia e de forma participativa, os seus projetos políticos pedagógicos. Da mesma forma, devem elaborar currículos escolares que reflitam a realidade social e cultural em que estão inseridas. A avaliação é outro fator a ser analisado pelas escolas, para que se tornem preparadas para a inclusão. É necessário suprimir o caráter classificatório da avaliação através de notas e provas e optar por uma visão diagnóstica do aluno, visando a depurar o ensino e torná-lo mais adequado e eficiente. Esta é a opinião de Mantoan.
São poucas as escolas que fazem parte deste processo. Na verdade, a maioria delas, em vez de realizar uma educação inclusiva, desenvolve uma educação integradora. "Há uma grande diferença entre integração e inclusão", diz Werneck. Apesar de ambas visarem à normalização, ou seja, a oferecer ao aluno deficiente a oportunidade de ter uma vida escolar normal, a integração vem impor ao deficiente a obrigação de acompanhar e dominar o conteúdo didático. Voltamos àquela velha teoria em que o aluno deve se adaptar à escola. Já a inclusão preconiza que, para que a escola corresponda à realidade, dê conta de todos os alunos, considerando o talento de cada um e fazendo com que tenha prazer e vontade de aprender.
Para que as escolas se tornem inclusivas, Cláudia Werneck garante que é preciso, apenas, ter o desejo de fazê-las assim. E não tem dúvidas de que a inclusão será efetiva quando a escola e sociedade resolverem mudar, devolvendo à criança, deficiente ou não, o direito de estudar.


Solidariedade




"Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais, braços dados ou não... Vem, vamos embora que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".

("Pra não dizer que não falei de flores", Geraldo Vandré)


Solidariedade... É uma palavra diferente. É uma palavra que incomoda um pouco... Incomoda porque embora seja difícil de pronunciar, é o seu verdadeiro significado que “faz mexer”... Fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar por maior que seja o número em euros (ou a falta deles). Mas o que é a Solidariedade? O que é ser solidário? Lanço-vos o desfio de lerem esta mensagem até ao fim. Apenas isso.

Ser Solidário, é acima de tudo, respeitar, incondicionalmente tudo o que nos rodeia... Ser Solidário, é sentir a necessidade ínfima de partilhar... Ser Solidário, é perceber que as diferenças só existem porque é mais fácil criar distâncias do que gerir dificuldades... Ser Solidário, é sentir que é possível mudar o que está errado E que para isso basta acreditar... Ser Solidário, é querer ir mais além, é ser mais alto interiormente, é ser maior de coração... Ser Solidário, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior a de receber... Ser Solidário, é estender a mão, sem olhar a cor, o sexo, o estatuto social (ou a falta dele) e a conta bancária (desculpem-me a ironia)... Parece-vos utópico tudo isto? Um romancezeco-semi-sonho com final feliz? Não é garanto-vos! Apenas defendo, porque acredito, que a interiorização de um sentimento desta índole, torna-nos efectivamente “pessoas melhores “... E Solidariedade só quando é Natal? Ou quando a Natureza “avisa” que ainda manda nisto tudo?? NÃO!!! NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER!!!

Sermos solidários, quando percebermos que é possível fazer alguma coisa, dizer NÃO, ao egoísmo em que todos vivemos, ao nosso fácil acomodamento, face à miséria, à solidão; à injustiça social e a tantas coisas mais... É mais fácil pensar que não é conosco se algo de profundamente errado e injusto se passa ao nosso lado: - Sabia que há pessoas a passar fome? - Sabia que há crianças com apenas poucos meses que vivem em carros abandonados? - Sabia que há crianças que têm como companheiros de brincadeiras, nos seus “pseudo-quartos”, muitas baratas, e até cobras? - Sabia que há famílias como a minha e como a sua a viver em currais de porcos e outras “habitações afins”? - Sabia que se pode morrer de solidão? Se não sabia, ficou a saber que tudo isto é real e que se passa bem mais perto de si do que pensa… CONSEGUE, AINDA ASSIM, SENTIR-SE UMA PESSOA FELIZ???

Vivemos num mundo de quimeras adiadas, frustradas e cansadas... Num mundo de mácula, atolado de “mentes vazias” perdidas no seu “ego”, na sua majestosa moradia, nos seus carros topo de gama... Completamente mergulhados numa vida egocêntrica, que nos condena irreversivelmente à solidão. Acredita que podemos mudar isto?

Eu acredito, porque afinal a DISTÂNCIA É A DE UM PASSO!
O problema de um é problema de todos!!! http://www.youtube.com/watch?v=sBAtDyvQ4Ms




Resiliência


Resiliência é a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação critica. Segundo dicionário Aurélio, é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal de formação elástica”. “ É A ARTE DE TRANSFORMAR TODA ENERGIA DE UM PROBLEMA EM UMA SOLUÇÃO CRIATIVA” GRAPEIA/2004.

Resiliência surgiu na Física e significa "a capacidade humana de superar tudo", tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. É trabalhada em todas as áreas como: saúde, finanças, indústria, sociologia, e psicologia. Embora seja um assunto muito recente entre nós, já é trabalhado há anos na América do Norte, com sucesso.

O estresse profissional é uma realidade observada hoje nas mais diferentes áreas e setores do mercado de trabalho, diferentemente do que muitos imaginam, não está restrito apenas aos profissionais que exercem altos cargos em grandes empresas. O problema está presente nos mais distintos níveis hierárquicos, em empresas de todos os portes. Isso se intensifica à medida que se aumentam cobrança, pressão etc. Neste mundo globalizado, um grande diferencial representa a pessoa resiliente, pois o mercado procura profissionais que saibam trabalhar com altos níveis de cobrança. Esses profissionais recuperam-se e se moldam a cada “deformação” (obstáculo) situacional.

O equilíbrio humano é como a estrutura de um prédio, se a pressão for maior que a resistência, aparecerão rachaduras como doenças psicossomáticas que se manifestam nos indivíduos que não possuem esta característica. O ser humano resiliente desenvolve a capacidade de recuperar-se e moldar-se novamente a cada obstáculo e a cada desafio. Quando mais resiliente for o indivíduo, maior será o desenvolvimento pessoal, isso torna uma pessoa mais motivada e com capacidade de contornar situações que apresentem maior grau de tensão.

Um indivíduo submetido a situações de estresse que tem a capacidade de superá-las sem lesões mais severas (“rachaduras”) é um resiliente. A idéia de resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada. Se comprimida, pode adquirir as formas mais diversas e em seguida retorna ao estado inicial.

Existe dois tipos de indivíduos, aqueles que nascem e os que se tornam resilientes.





O que é alteridade???

Alteridade significa "colocar-se no lugar do outro".

Alteridade (Frei Betto*)

O que é alteridade? É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem. A nossa tendência é colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para ele. Ele não sabe. Eu sei melhor e sei mais do que ele. Toda a estrutura do ensino no Brasil, criticada pelo professor Paulo Freire, é fundada nessa concepção. O professor ensina e o aluno aprende. É evidente que nós sabemos algumas coisas e, aqueles que não foram à escola, sabem outras tantas, e graças a essa complementação vivemos em sociedade. Como disse um operário num curso de educação popular: "Sei que, como todo mundo, não sei muitas coisas". Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem. No entanto, nós que fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm corpo, não sabemos o que fazer das mãos. Passamos anos na escola, saímos com Ph.D., porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o defeito do automóvel... e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade. Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual para o Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito menos, fazer uma crítica ao chefe. Bem, nem precisamos falar de empresa. Basta conferir na relação entre casais. Haja reações infantis... Quem dera fosse levada à prática a idéia de, pelo menos a cada três meses, um setor da empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que ninguém ficasse isento dessa avaliação. Como Jesus um dia fez, ao reunir um grupo dos doze e perguntou: "O que o povo pensa de mim?" E depois acrescentou: "E o que vocês pensam de mim?" Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus. Isso é uma herança da tradição hebraica. Todo ser humano, dentro da perspectiva judaica ou cristã, é dotado de dignidade pelo simples fato de ser vivo. Não só o ser humano, todo o Universo. Paulo, na Epístola aos Romanos, assinala: "Toda a Criação geme em dores de parto por sua redenção". Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar essas cinco instituições pilares da sociedade em que vivemos: família, escola, Estado (o espaço do poder público, da administração pública), Igreja (os espaços religiosos) e trabalho. Como torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática? O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre: comunidades. E comunidades de alteridade. Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que percebo o outro como outro e a diferença do outro em relação a mim. Então sou capaz de entrar em relação com ele pela única via possível porque, se tirar essa via, caio no colonialismo, vou querer ser como ele ou que ele seja como sou -a via do amor, se quisermos usar uma expressão evangélica; a via do respeito, se quisermos usar uma expressão ética; a via do reconhecimento dos seus direitos, se quisermos usar uma expressão jurídica; a via do resgate do realce da sua dignidade como ser humano, se quisermos usar uma expressão moral. Ou seja, isso supõe a via mais curta da comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da sua experiência de vida e da sua interioridade.

* Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto - autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.

Aspectos Históricos da Educação Inclusiva
































































































































































































































































































































































terça-feira, 15 de setembro de 2009

Slides - Sala de Recursos

Oi pessoal!!! Quero compartilhar com vcs as imagens dos slides que fiz sobre o que é Sala de Recursos e para que serve. Apresentei aos professores do CEI 02, assim que entrei na escola. Algumas professoras me pediram...então, estão aí meninas! Bjs!!!






Responsabilidades do Professor da Sala de Recursos

Não é uma mero reforço!

"...temos o direito à diferença, quando a igualdade nos descaracteriza."

Boaventura de Souza Santos

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Informação e Formação



Olha aí pessoal! Estas são algumas fotos da palestra que realizamos em julho deste ano com a Psicóloga Lúcia Helena. No matutino, o tema foi "O Perfil do Profissional" (TGD) e no vespertino, "Programa Neurocognitivo".













A idealização e organização foi minha e de duas amigas e profissionais: Joana e Fabíola. Contamos com o apoio do Diretor da Regional de Ensino de Sobradinho - Profº Ranieri, da Chefe do NPM - Profª Edvalda e da Coordenadora Intermediária da Educação Especial de Sobradinho - Profª Fátima.



Agradeço com carinho a colaboração da Morada Mineira que contribuiu com um maravilhoso Coffe Break e ao Colégio La Salle por ter cedido o Auditório e os equipamentos de audio-visual.


Agradeço também, a Psicóloga Lúcia Helena que com muita dedicação, ampliou nossos conhecimentos com sua vasta experiência.







"Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos."


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Paixão à Segunda Vista!


Oi Pessoal! Estou muito feliz de reativar meu blog (que na verdade nunca foi utilizado para nada, rsrsrs). Agora, este é um espaço para troca de experiências! Quero expor aqui toda minha satisfação com o trabalho que venho desempenhando desde 2008.

Quero que conheçam a minha nova "paixão"! De uns tempos pra cá, meu olhar tem sido diferente. Ando explorando sensações que antes resistia.

Chamo de "Paixão à Segunda Vista" minha experiência com a Educação Especial. Digo "Segunda Vista", porque fui apresentada a essa realidade alguns anos atrás e resisti ao seu encanto.

Em 1995, passei no vestibular para Pedagogia na Unb. Tive a oportunidade de escolher dois cursos e optei na época por "Magistério pra Início de Escolarização" como 1ª opção e "Educação Especial" como 2ª. Logo no 2º semestre tranquei a matrícula para "Educação Especial" com a desculpa de que dois cursos estavam tomando demais o meu tempo. Formei em 1999 com a certeza de que não voltaria tão cedo para a UnB (só se fosse para uma Pós ou um Mestrado). Educação Especial estava fora dos meus objetivos! "Eu não dou pra esse negócio não! Não tenho paciência!" E assim foi.

Em 1998 entrei pro time da Secretaria de Educação do DF. Trabalhei 7 anos seguidos com Educação Infantil. Nesse tempo, casei e logo após vieram 3 filhas. Não dava pra eu conciliar 3 bebês (uma de 3, uma de 1 e uma na barriga) em casa e trinta e tantos alunos de 4 e 5 anos em sala. Despedi-me da Educação Infantil e fui trabalhar na Escola Classe 01 por 4 anos com 4ª série! Tudo diferente! Mas gostei demais da independência dos meninos. Fui coordenadora por certo tempo tb.

Saí de lá. Trabalhei por 3 meses no NPC (ô tempo bom!) e logo veio um convite: ser Supervisora Pedagógica do Centro de Ensino Especial. "Misericórdia!" - clamei. "Como vou assumir um cargo de liderança num lugar como esse, se sempre fugi de turmas reduzidas ou coisas parecidas?!" Mas entreguei nas mãos de Deus e fui.

"Misericórdia!" - clamei mais de uma vez. Foi um tempo muito difícil. Foi um parto, melhor dizendo. Nasci de fórceps! Nasci pra uma realidade que antes não conhecia. Não vou mentir aqui, foi um choque no início. É muito difícil chegar num ambiente que vc não conhece ninguém, não conhece o trabalho desenvolvido e não tem a prática.

Muitos me chamaram de "corajosa" no primeiro dia que cheguei na escola. Mas não foi coragem não... foi loucura mesmo! E foi a melhor loucura que cometi na minha vida! Tive que correr atrás... fiz curso, Pós, comprei livro, baixei arquivos e mais arquivos da internet...corri...corri... quanto mais corria, mais tinha a sensação de que nunca conseguiria preencher o que faltava. Mas nem por isso achei ruim, pelo contrário, a experiência foi sofrida, porém marcante!

Se errei? Ixi! Diversas vezes! Mas errei tentando acertar. Tenho a consciência tranquila que dividi minhas idéias e experiências. Mas o melhor de toda esta história é o que ficou de mais essencial: minha mudança interior. Meu despertar para as diferenças. Minha vontade de contribuir e lutar por aqueles que na verdade já são incluídos neste mundo, independente da nossa vontade ou não, porque a própria natureza os aceitou do jeito que são. Somos muitas vezes soberbos em achar que fazemos algo de grandioso quando "incluímos" alguém. Isso não é caridade! É direito! Um braço defeituoso ou um jeito de pensar diferente não faz eu ter menos direito que qualquer outro. Só que se pra fazer todo mundo compreender isso é preciso entrar na "moda da inclusão", então, eu estou dentro! O ser humano leva tanto tempo para compreender algo tão simples...

Bem, continuando minha história, hj, trabalho na Sala de Recursos do Centro de Educação Infantil 02, feliz da vida! " Educação Infantil - O Retorno"...rsrs... mas agora sob um novo ângulo. A cada dia aprendo com meus alunos, reaprendo, ensino, estudo, descubro...vivo uma paixão que custou a chegar, mas que ultimamente tem feito parte das minhas prioridades.

Obrigada a vcs que tiveram paciência de ler até agora tudo isso...rsrsrs...sejam bem-vindos(as) ao meu Blog! Espero que possamos compartilhar um pouco de tudo da Educação Especial e de outras áreas tb. O importante é fazer deste espaço um instrumento de crescimento. Que façamos a diferença!

Bjs!!! Lilian